Médicos brasileiros e estrangeiros que atuaram no Brasil em processo de beatificação
1974 - 2009
Médico, surfista, seminarista e filho muito dedicado a Deus.
Ao oferecer sua medicina aos pobres assistidos pelas Irmãs Missionárias da caridade e, muito especialmente após a leitura do livro “O irmão de Assis”, decidiu largar tudo para seguir o forte chamado ao Sacerdócio.
Fundou diversos grupos de oração, e era um pregador incansável da Palavra de Deus.
Por onde passava contagiava as pessoas com o seu grande amor a Jesus, à Virgem Maria e à nossa Santa Igreja. Não perdia um minuto sequer, arrastando os jovens para Deus através de seu testemunho de vida e sua busca profunda e radical pela santidade.
Estava no último ano do Seminário quando foi chamado por Deus para ainda mais perto d'Ele.
Com o Decreto do dia 23 de maio de 2023, o Santo Padre Francisco declarou que o Servo de Guido Vidal França Schäffer, viveu de maneira heroica as virtudes teologais, cardeais e aquelas próprias do seu estado de vida.
1916 - 2001
No dia 10 de agosto de 2001 morria em Bérgamo Frei Alberto Beretta, médico-sacerdote-missionário-frade capuchinho. Ele nasceu em Milão no dia 28 de agosto de 1916. Os seus pais, Alberto e Maria De Micheli, no batismo lhe deram o nome de Enrico. Na juventude entrou na Ação Católica e foi um dedicado educador dos jovens e no qual fundou os “focolares” que acompanhava com paixão e dedicação.
Enrico se formou em medicina na Universidade dos Estudos de Milão. Dentro da família respirou a espiritualidade franciscana, os seus pais, de fato, faziam parte da Ordem Franciscana Secular.
O conhecimento e a amizade com alguns frades capuchinhos deram origem ao sonho de tornar-se sacerdote, religioso e oferecer o seu serviço de médico a favor dos povos do Nordeste do Brasil, mais especificamente do Estado do Maranhão. Aí, os frades capuchinhos lombardos haviam começado um processo de evangelização e de promoção humana.
Em 1943, com a caída do fascismo, Enrico mudou-se para Suíça onde continuou a praticar a medicina e frequentou em Friburgo os primeiros dois anos de teologia. Retornando à Itália, continuou os estudos teológicos em Milão, vivendo com os frades capuchinhos de Piazzale Velasquez, onde foi acolhido como oblato, assumindo o novo nome de Frei Alberto Maria.
Com as cartas de garantia do capuchinho Dom Emilio Lonati, Bispo da Prelazia de Grajaú, o Cardeal Alfredo Ildefonso Schuster, Arcebispo de Milão, o ordenou sacerdote no dia 13 de março de 1948.
No ano seguinte Frei Alberto partiu para o Brasil. Em Grajaú deu início imediatamente a um ambulatório e começou a cuidar dos numerosos enfermos que acorriam a ele de todas as partes do Estado. Entretanto, foi obrigado a ir ao Rio de Janeiro e em seguida a Porto Alegre para realizar de novo os exames de medicina com o fim de convalidar o seu título de estudo e melhorar os seus conhecimentos sobre doenças tropicais. Foram vários anos de estudos e experiência.
Retornando a Grajaú, o Servo de Deus se dedicou com todas as suas forças na construção do Hospital São Francisco de Assis com a colaboração dos irmãos Francesco, arquiteto, e depois do padre Giuseppe, engenheiro. Ao final dos anos 70, com a mediação do amigo Marcello Candia, deixa a direção do hospital aos Padres Camilianos. Ao hospital se acrescenta também a construção da Vila San Marino, lugar de acolhimento e cuidado para com os leprosos.
Os tempos finalmente eram maduros e depois de um ano de noviciado em Guaramiranga (Ceará) converte-se, com a profissão religiosa (16 de agosto de 1961), em frade capuchinho. Três anos depois, no dia 16 de agosto de 1964 emite a Profissão perpétua. Frei Alberto continuou por quase vinte anos trabalhando de maneira incansável na atividade de médico e sacerdote, inclusive visitando os lugares mais longínquos da floresta.
O esforço intenso e incansável realizado em favor dos enfermos mais pobres e esquecidos foi lentamente consumindo o seu robusto organismo: no dia de Natal de 1981, Frei Alberto sofre um derrame cerebral que o deixa parcialmente paralisado. Levado para a Itália, viverá por 19 anos e oito meses a sua imolação silenciosa, amavelmente assistido pelos frades até a chamada do Pai à vida eterna.
Como de Jesus, podemos também dizer que o Servo de Deus “passou entre os homens fazendo o bem e curando a todos”, edificando, amando, doando-se incansavelmente, levando a todos no seu coração compassivo e misericordioso. Foi um homem de grande fervor, de intensa oração e comunhão com Deus, amigo das crianças, dos pobres, dos sofredores, apóstolo e irmão dos índios. Temos a certeza de que do Céu, ao lado da sua irmã Gianna Beretta Molla, canonizada por João Paulo II em 16 de maio de 2004, continua a interceder e proteger todos os pequenos e enfermos da terra.
Na vasta região de Grajaú o eco da fama de Frei Alberto, médico santo, continua a ressoar, estendendo-se mais além dos confins do Nordeste do Brasil. O Bispo de Bérgamo, Roberto Amadei, abriu em 2008 o Processo de canonização do Servo de Deus Frei Alberto Beretta. Com uma distância de somente cinco anos, no dia 11 de setembro de 2013 o Bispo de Bérgamo Dom Francesco Beschi encerrou o Processo Diocesano na Igreja dos Capuchinhos de Bérgamo.
Em 12 de outubro de 2013, se realizou um vivo desejo: os restos mortais do Servo de Deus foram transladados do Cemitério Cívico de Bergamo para a Igreja dos Capuchinhos com uma celebração intensamente participada e seus despojos foram colocados em um decoroso e simples sarcófago na capela dedicada a São Francisco de Assis. Do “Pai” ao “filho” continua uma história viva de paixão pelo Senhor e de amor serviçal pelos pequenos, pobres e doentes.
Com o Decreto do dia 14 de dezembro de 2023, o Santo Padre Francisco declarou que o Servo de Deus Frei Alberto Beretta, viveu de maneira heroica as virtudes teologais, cardeais e aquelas próprias do seu estado de vida. O surgimento de um milagre obtido por sua intercessão levaria à sua beatificação.
1934 - 2010
Dra. Zilda Arns Neumann foi médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Pessoa Idosa - organismos de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Dra. Zilda Arns também foi representante titular da CNBB, do Conselho Nacional de Saúde e membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).